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Viviane Mosé

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O corpo humano e seus 206 ossos

Uma inteligência em cada pedacinho de nossa estrutura. Cada parte importante para o todo, o todo que conta com a parte para sustentação do corpo organizado, sustentado que se coloca em pé precisamente firmado…

O Céu

Quando preciso de espelho para me ausentar de todo resto que vejo, me fecho em silêncio pra pegar carona em uma nuvem “passeadora”, antes que de passagem me derrube de volta….

O Amor

A quadra absorvia em grama o pouco do tanto que chovia

O rio invadia a casa, desnorteava a gente toda, empurrava o que alcançava, afundava um tanto…

O Carvalho

A miúda se vincula ao solo, discreta começa toda em muda.

A baixinha se afunda no buraco, se completa com terra e espera na certeza ser servida de água…

Deus Quis ser Encontrado

O computador copiou minhas ideias exatas com nitidez, até as que nunca tive ou ousei. Nelas deu um like, seguiu meu cérebro e já me venceu no xadrez…

Querer Primeiro

Como giz de cera que se acaba em desenho vão, gastei um tanto de vida no ato, num tapa, à vista.

No sorriso de quem se disfarça no gole que rouba na festa errada, segui de olhos fechados na dor contida, descalço. Levei tudo emprestado…

Estamos Sempre de Volta

Ganhando madeira de palanque, um microfone com palavras só de consoante.

Fora da frequência, segue gente distorcida perdida em seu próprio quintal.

Valores em leilão, fantasmas para dormir num sinal, em tom maior ecoando… 

 

A Dor da Alma

Quando o céu nublava eu entrava em mim. O frio do vento trazia um tipo de força que me deslocava do tempo, me ausentava e arrepiava uma dor incrível que não cabia em mim, mas eu a escondia mesmo assim.

Arrumava pretexto, puxava o fôlego e me apresentava forte. Me camuflava…

Entro no Dia

Cochilo o som, desvio da quina, do breu, do chão desnivelado.

Evito a dispersão das intenções desavisadas.

Piso devagar para ver acordar.

Espio esperando raiar…

Amanhã

Naquele palco pandêmico nosso março foi um começo Janeiro.

Pensávamos: Até que maio esse mesmo itinerário?

Pulou julho sem fogueira, apagaram as festas sem velas, expostas foram as flores de setembro só em janelas…

Ruzzi

Menino com acento, curioso, forasteiro e mineiro.

Ganhou tamanho, derrubou um muro, saiu de um quintal pra São Paulo, capital de suas melhores páginas, contracapa cheia de contradição, ousadia, amor e perdição…

Distraindo a Dor

Andei na chuva pra passar, deixei ela chorar afim de me misturar.

Tomei o lugar de quem vai, pra gastar sentimento no cansaço.

Tudo se tornou um céu que não termina, me fazendo flor plantada em vaso de menina.

Identidade

… Pode uma mesma ser perfeitamente diversas,  embora tenham dias que faltem braços, pernas e ideias…

Elza

… Sonhos realizados tive muitos: meus filhos, meus netos e tanta gente especial compartilhando vida comigo. …